domingo, 1 de abril de 2012

Diz-me com quem andas...

O ator e deputado federal Stepan Nercessian pediu afastamento do PPS, após a divulgação das notícias que dão conta de ter ele recebido R$ 175 mil do empresário Carlinhos Cachoeira, acusado de envolvimento com o jogo do bicho.

Em sua defesa, o deputado assegura que pediu emprestado R$ 160 mil como garantia de um imóvel que estava comprando, e que os outros R$ 15 mil foram depositados em sua conta como restituição do valor gasto por ele para adquirir um ingresso para o Carnaval do Rio de Janeiro, um favor que fizera ao amigo Cachoeira.


Ao vir à tona sua ligação com o empresário, e face ao turbilhão de acusações de que este é alvo, e que envolveu o Senador Demóstenes Torres, outro amigo do empresário, Stepan Nercessian foi mais longe, pedindo afastamento temporário de seu partido, e pedindo ele próprio uma investigação contra si mesmo para apurar as denúncias.

Tudo muito bem, mas cabe aqui analisarmos o seguinte: como é que um homem público, sobretudo um deputado que espera gozar da confiança de seus eleitores, mantém uma amizade com um empresário de jogo de bicho? Quão tamanha é a promisquidade no meio político, que faz com que um deputado tenha esse tipo de ligação com alguém que vive à margem da lei...

Sendo muito sincero, a mim, como cidadão, não importa o desfecho das investigações a dizer se o dinheiro era lícito ou não. Meu veredito está dado: um homem público que se dê ao respeito não pode se envolver, minimamente sequer, com esse tipo de gente!

Grande abraço.

Douglas Drumond

2 comentários:

Licy Aslan Drumond disse...

É,Douglas, mas você conhece aquela estória da laranja podre? Então,o meio político está imerso na podridão. Nesses dois eu confiava. E agora? Foram contagiados também. Pergunto, sobra alguém? O que faremos com nossos votos? Tem alguma saída? Bjs

Douglas Aslan Drumond disse...

Em política não há santos; o "toma-la-da-cá" parece fazer parte do próprio jogo político. Entretanto, o homem público de bem, além de ser honesto, tem que zelar por sua imagem.
Uma breve historinha: por volta de 60 a.C., Júlio César, Imperador de Roma, passava meses fora de seu país com seu exército. Sua mulher Pompeia vivia muito sozinha e havia um nobre chamado Clódio que era admirador da moça. Um dia, quando César estava em viagem, se disfarçou e entrou no palácio para se aproximar de Pompeia. Foi descoberto e preso, gerando um enorme falatorio.
César, ao saber do ocorrido e ouvir os esclarecimentos do rapaz, declarou ignorar o que se dizia sobre sua mulher e declarou-a inocente. Apesar disso, repudiou-a e a jogou ao ostracismo. Perguntado sobre a aparente contradição, César respondeu: "Não basta que a mulher de César seja honrada, é preciso que sequer seja suspeita".
Assim devem ser os políticos que se dizem honrados: a eles não lhes basta ser honestos, devem também PARECER HONESTOS.

Obrigado pelo comentário.

Bjs.

Douglas.