domingo, 15 de março de 2015

A pirotecnia oportunista de Bolsonaro

O deputado Jair Bolsonaro (PP/RJ) protocolou esta semana na Câmara dos Deputados um pedido formal de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, por meio de um documento em que apresenta “denúncias” (é o próprio documento que utiliza o termo) por supostos crimes de responsabilidade da presidente.
Digo supostos, porque o documento apenas repete o que se diz aqui e ali, na imprensa e nas redes sociais; fatos que, embora críveis, não passam de especulações ainda não provadas.
Longe de imaginar que a presidente seja uma vítima inocente nesse mar de lama que no Brasil atende pelo nome de jogo político, entendo que esse é um tema que deve ser analisado com absoluta isenção, evitando agirmos tão-somente sob a égide das paixões políticas e filosóficas de esquerda ou de direita, contra ou a favor do governo. É preciso que cada cidadão entenda o momento político que vive o país e que aja com responsabilidade, seja nas opiniões que emite, seja nas manifestações públicas de que participa.
Maior responsabilidade ainda deveria ter quem, investido de um mandato de deputado federal, se arvora oportunisticamente em apresentar um pedido de impeachment desprovido de um embasamento real, fundado simplesmente naquilo que se diz por aí. O documento, disponível em vários sites na internet (é só “dar um Google”) é uma espécie de discurso de palanque travestido de peça jurídica, um conjunto de acusações sem o mínimo acervo probatório, um “sei-lá-o-quê”, que parece ter como único objetivo aproveitar o momento de instabilidade para fortalecer politicamente quem o assina.
De verdade, eu gostaria imensamente de ver o atual governo fora da Administração Pública; pessoalmente, não tenho dúvida de ser este um dos governos mais incompetentes que já tivemos na história do país; também acho que nunca a coisa pública foi tão vilipendiada como tem sido nesses últimos anos, levando em consideração todas as notícias que a imprensa divulga, todas as investigações da Polícia Federal etc. Entretanto, há que se ter em mente que a democracia exige responsabilidade no trato de um tema tão sério quanto este, e não o oportunismo de alguns.
É preciso lembrar que a presidente acabou de ser eleita para seu segundo mandato, tendo (infelizmente) vencido nas urnas, com apoio da maioria (apertada, mas a maioria) da população. E não se diga que não se sabia de tudo o que estava acontecendo, porque as operações na Petrobrás já estavam sendo investigadas antes das eleições. E mais, a população não apenas referendou os quatro primeiros anos de governo da presidente, mas também os doze anos de governo do PT, é bom que se diga. Portanto, querer depor a presidente na marra, sem um conjunto probatório parrudo, é no mínimo golpismo, coisa que, aliás, também não é de admirar, vindo da cultura castrense do deputado Bolsonaro.
Em suma, os ânimos estão acirrados, a perplexidade da população é legítima, da qual eu mesmo compartilho inteiramente, mas é um risco enorme para a democracia as pessoas se deixarem levar por essa pirotecnia oportunista de quem não tem, nem nunca demonstrou ter nada a perder com o enfraquecimento dos institutos democráticos.
Grande abraço.
Douglas Drumond

quarta-feira, 11 de março de 2015

A solução foi outra...

Melhor prevenir do que remediar. Mais rápido e eficiente do que conceder indulto para livrar quem já foi condenado é articular preventivamente no STF.

A presidente Dilma Rousseff está há mais de 7 meses inerte na indicação de um sucessor para a vaga deixada pelo ministro Joaquim Barbosa no STF, e essa inércia acabou virando uma carta na manga. Explico: com o STF incompleto, a Turma que julgará as ações da Lava Jato (a 2ª Turma) é justamente a que tem um ministro a menos, fato que deu ensejo a que o ministro Dias Toffoli tomasse a iniciativa de solicitar sua inclusão naquela Turma.

Mais que isso, o atual presidente da Turma, Teori Zavascki, está terminando seu mandato, e é tradição no STF que assuma a presidência o ministro com menor tempo, e que ainda não tenha exercido o cargo, ou seja, Toffoli.

O Ministro Dias Toffoli, que já foi advogado do PT, solicitou no dia de ontem sua inclusão na 2ª Turma. A presidente Dilma já tem hoje uma reunião marcada com ministro Toffoli, reunião esta que não estava prevista na agenda.

É claro que uma coisa não tem nada a ver com a outra, certo? Afinal, a presidente Dilma, até pelo cargo que ocupa, é absolutamente isenta nisso tudo. O encontro com o ministro que presidirá a Turma que julgará os corruPTos da Lava Jato, apesar de imprevisto na agenda presidencial, é para tratar de assuntos outros, nada a ver com a Lava Jato, é óbvio!

Grande abraço.

Douglas Drumond

sábado, 7 de março de 2015

STF manda investigar 12 senadores e 22 deputados de 5 partidos na Lava Jato

Sem crise, meus caros corruptos, fiquem tranquilos, daqui a alguns meses, a Presidente assina um indulto livrando todo mundo, e tudo bem!!!

Douglas